sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Células-tronco embrionárias

No decorrer dos anos, com o avanço das pesquisas, cientistas descobriram que retirando um embrião humano, e fazendo com que se reproduza em condições especiais de isolamento, o mesmo se transformaria em vários tipos de células e tecidos. A partir daí, tal descoberta gerou muitos conflitos políticos e religiosos.
Para os mais conservadores, a vida começa a partir do momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, e a retirada do embrião seria um ato de imoralidade. Na África, por exemplo, a contagem da idade é feita a partir da fecundação, portanto a criança já nasce com nove meses de vida. Outros acreditam que a vida inicia quando o embrião se fixa à parede uterina – fenômeno chamado de nidação. Será que um simples amontoado de células em multiplicação pode ser considerado “vida”?
Quem se diz contra o aborto, mantém os mesmos pensamentos em relação às células-tronco embrionárias, pois para eles a única diferença entre um embrião, um feto e um recém-nascido é o tempo de vida, e sendo assim todos merecem proteção. Mas as pessoas se preocupam tanto com a ética que não vêem a importância da utilização delas na medicina moderna.
As células-tronco embrionárias, são chamadas de pluripotentes, ou seja, elas têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido humano. Desta maneira tornando-se uma ferramenta importantíssima para a criação de novos tecidos e órgãos e o tratamento de doenças como câncer, Parker e Alzheimer. Devido a todo esse temor público, pesquisadores tentam descobrir outras fontes de células-tronco, mas estas não têm tanta versatilidade como as células-tronco embrionárias.
Em seu 5º dia, um embrião é invisível a olho nu, não apresenta características próprias e nem sinais de sistema nervoso. Somente a partir da segunda semana é que surgem as primeiras terminações nervosas e dá-se o início da formação dos órgãos. Aí, sim, podemos considerar “vida”.
Mas a definição de “o que é vida” implica no conceito de “o que é morte”, isto é, quando podemos dar o diagnóstico de morte a um ser humano. Para os médicos existe a morte encefálica, que é quando o cérebro pára de funcionar, ainda que o coração continue batendo. Então, por que não considerarmos o surgimento dos primeiros neurônios o início de tudo? Se somente a partir do 14º dia forma-se o tubo neural, por que não utilizarmos esses embriões para se transformar em tecidos? Será que ao impedirmos as pesquisas com embriões, privando doentes condenados de se recuperarem, estaremos defendendo a vida?
Tenho certeza de que ao ver pacientes terminais sendo curados devido à terapia com as células-tronco, as pessoas que se opõe mudarão de opinião. Afinal, não faz sentido proibir algo que só trará benefícios às pessoas.

11 comentários:

Anônimo disse...

Oxá lá...Se As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, são células que possuem a capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras, pq não usá-las para recuperar tecidos danificados por doenças e traumas?! Akele abraço amiga, Bjs...JAIME

Anônimo disse...

Pois eh Jaime, eh isso msmo q os cientistas estao tentando fazer...iria salvar mtas vidas, soh q por enqto ainda temos intervencoes politicas e religiosas...
bjos

Anônimo disse...

celulas-tronco sao as melhores do Mundo!!!!
tomara q de tudo certo ;)
ate

Anônimo disse...

A decisão de "quando começa a vida" é tão infrutífera que beira ao ridículo. Só há vida se houver cérebro. Afinal, não é ele o responsável pelo que somos? Não é a falta de atividade cerebral que determina a morte? Então trata-se apenas de uma tentativa das religiões de tumultuar uma área que é de suma importância para a sobrevivência de nossa espécie.

Luciana Rodrigues disse...

Acho que quando se trata de salvar vidas, tudo deve ser feito. A partir do momento que não é uma vida consolidada, eu nõ vejo problema. A não ser quando realmente o feto já está vivo, aí eu discordaria.
É um assunto tão polemico, tão complexo, que até encontrarmos outra forma de obter as células tronco, sempre haverão prós e contras.

Paulo Roberto disse...

Eu sou um desses que é contra, pois ainda não conheço muito sobre o assunto...
Sou cristão de formação e convicto que mesmo antes de estarmos gerados biologicamente já existimos pra Deus,
Então no momento em que somos gerados seja do jeito que for como citado aqui, mesmo sem ter formação de cérebro, já existimo, mesmo que imperceptivel ao olho humano, mas de fato perceptivel aos olhos de Deus e assim há vida...
Quem disse que só a vida com a formação cerebral?
A ciência pode descobrir outros meios para salvar essas vidas...
Por tanto sou contra!

Achei o blog na comunidade, adorei e estou votlando mais vezes.
Um super Abraço!

Nelson L. Rodrigues disse...

Sou muito a favor dessas descobertas. o problema é criar regras éticas para não haver abusos!

leia "regras para o parque humano" de Sloterdijk!

abraço e boa sorte.
http://filocinetica.blogspot.com/

Johnny M. disse...

Eu já dei aula sobre esse assunto, que é muito instigante, e considero que a vida começa a partir do momento que se forma o sistema nervoso. E não apenas sou a favor do uso de células tronco embrionárias, como também sou favorável ao livre arbitrio da mulher sobre o seu corpo, ou seja, aborto legal.

Tatty disse...

Ja vi q esse assunto gera opinioes diversas entre as pessoas...obrigada pelos comentarios, em breve estarei atualizando com mais assuntos quentes.

César Schuler disse...

isso me lembra que eu preciso estudar biologia :S

Zulma Peixinho disse...

Que tal lembrar que células-tronco embrionárias não têm potencial terapêutico devido à rejeição, e citar as células iPS como a melhor alternativa? Não se pode perder tempo, os pacientes têm pressa!
"Pesquisa com células embrionárias fracassou" (www.andoc.es/)
Foi declarado pela Dra. Natalia López Moratalla, catedrática de Biologia Molecular e Presidente da Associação Espanhola de Bioética e Ética Médica, que "as células-tronco embrionárias fracassaram; a esperança para os enfermos está nas células adultas". Durante a conferência que foi organizada pela Associação Nacional para a Defesa do Direito à Objeção de Consciência (ANDOC), na Academia de Medicina de Granada, a pesquisadora afirmou que "hoje a pesquisa derivou decididamente para o emprego das células-tronco 'adultas', que são extraídas do próprio organismo e que já estão dando resultados na cura de doentes".
Segundo López Moratalla, "existem cerca de 600 protocolos que utilizam células-tronco adultas, e não se apresentou nenhum com células de origem embrionária". As células adultas "possuem o mesmo potencial de crescimento e de diferenciação das células-tronco embrionárias - células iPS (induced pluripotent stem (iPS) cells) - e substituem muito bem as possibilidades de biotecnologia sonhadas para aquelas".
"As últimas descobertas sobre as possibilidades terapêuticas das células-tronco adultas põem em suspeita, abertamente, as duas grandes 'promessas' propiciadas pela nova lei espanhola de biomedicina: o uso e criação de embriões para pesquisa, e a chamada clonagem terapêutica. Aos graves problemas éticos já conhecidos (a destruição indiscriminada de milhares de embriões humanos), se unem evidências científicas que questionam cada vez mais sua utilidade terapêutica", afirmou a pesquisadora.
"As células-tronco embrionárias fracassaram. Pelo peso de sua própria irracionalidade, caiu o uso terapêutico de células provenientes de embriões gerados por fecundação ou de células humanas provenientes da transferência nuclear a óvulos (o que se conhece por clonagem terapêutica)", reiterou.
É importantíssimo acrescentar as palavras do Dr. Shynia Yamanaka, mencionadas em seu recente artigo de revisão: "Embryonic stem cells are promising donor cell sources for cell transplantation therapy, which may in the future be used to treat various diseases and injuries. However, as in the case for organ transplantation, immune rejection after transplantation is a potential problem with this type of therapy" ('Pluripotency and nuclear reprogramming', Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci, 363(1500):2079-87, Jun 2008).
Aproveito para endossar as palavras da geneticista Paula Costa: "o comentário sobre a utilização de células-tronco embrionárias ao invés de adultas, com objetivos de obter financiamento, é absurdo" (Folha Online 27/04/2008).